Sindicato dos trabalhadores na indústria da construção e do mobiliário da região norte do Estado de Mato Grosso
9º CONGRESSO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DO PLANO DA CNTI
25 de Outubro, 2016 - 01:01
 

Palestras sobre conjuntura e sindicalismo ampliam debates do

9º Congresso da CNTI

Conjuntura Atual: Impactos no Sindicalismo foi o tema da primeira palestra-debates na plenária do 9º Congresso Nacional dos Trabalhadores na Indústria do Plano da CNTI, nesta segunda-feira, 24 de outubro. O economista e coordenador técnico do Dieese e professor na Escola de Ciências do Trabalho, Airton Santos, e o economista e Professor Dr. da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ladislau Dowbor, foram unânimes em apontar o sistema financeiro como o grande vilão da crise no país.


Para Airton Santos, o capital financeiro está dominando e explorando o Tesouro Nacional. “A recessão está aí, com aumento de desemprego, empresas endividadas, não há crise do setor externo, mas não vemos crise bancária. Só da dívida pública”, destacou. Segundo ele, o momento é de muita inquietação e se reflete na base da pirâmide social. “A conta do ajuste da economia está sendo cobrada do trabalhador”.


O economista acrescentou que o consumo das famílias caiu a níveis muito baixos; as empresas reduziram a produção, por não terem a quem vender seus produtos; e o governo não gasta com investimentos e políticas sociais, mas paga direitinho os juros aos bancos. “Cabe ao governo investir para tirar o país de onde está, mas aí vem com a PEC 241 e diz: não vamos gastar mais. Como a economia vai reagir se ninguém gasta?”


Segundo Santos, junto com a crise vêm propostas negativas como o cerceamento das manifestações públicas; a prevalência do negociado sobre o legislado; mas ninguém mexe com as taxas de juros, não se altera a estrutura tributária, não vai limitar os gastos com a dívida pública. “A democracia não se sustenta desse jeito. E o movimento sindical não deve achar que isso não é com ele. Estamos no limiar da nossa história onde tudo que construímos pode acabar de uma hora para outra”.


“O sistema financeiro quebrou o país e a PEC 241 colocou a corda no pescoço dos brasileiros”. A avaliação é do professor Ladislau Dowbor, ao tratar da grave crise econômica que vive o Brasil, com reflexos desastrosos para toda a sociedade. “O endividamento das famílias, das empresas e do Estado vem se agravando nos últimos 20 anos e não pode ter economia que sobreviva desta maneira”, ressalta.


Segundo Dowbor, a crise tem quatro componentes, ou motores, econômicos: o primeiro o fator externo, que não é o mais importante, com queda na exportação; o segundo, o consumo das famílias, que era de 20% da renda em março de 2005 e chegou a 46% em 2015, o que significa que as famílias hoje têm quase metade da renda comprometida com dívidas e pagamento de juros.


O terceiro motor da economia trata-se da atividades empresarial, vítima do mesmo processo, segundo o professor. “Se cai a demanda, não produz, vem o desemprego e o investimento cai brutalmente, esfriando a economia de maneira radical”. O Estado, quarto motor, está travado em consequência da dívida pública, “o que paralisa a capacidade de investimentos e políticas sociais”. Entre as medidas a serem adotadas estão tributar o capital improdutivo, retomar a capacidade de investimento e a regulação financeira.


Estrutura sindical e custeio - O desembargador aposentado do TRT da 3º Região-Minas Gerais e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Antônio Álvares da Silva, e o advogado e consultor sindical, Nicanor Sena Passos, abordaram sobre Estrutura e Custeio sindical: Desafio ético às instituições e às ações políticas.


Direito individual e coletivo, negociação, greve, dissídio coletivo, cogestão, direito público e direito penal do trabalho, negociado sobre o legislado e o futuro do sindicalismo foram pontos abordados pelo desembargador para que é preciso acabar com a desilusão do trabalhador em relação à justiça. “O mundo gira rápido e precisamos de respostas rápidas. Não pode ficar silencioso porque só ganha o que lhe é concedido pela luta”.


Ao falar sobre o tema, Nicanor Passos deu ênfase às questões do custeio e da representatividade das entidades sindicais. “O movimento sindical precisa mudar a forma de se comunicar, de convocar a categoria. Será que não chegou o momento de discutirmos sindicalismo na era pós- moderna do snapchat, dos aplicativos? Falta enxergar o óbvio e não conseguimos ver porque fomos preparados pela cultura da era industrial”, provou o advogado.

Palestras sobre conjuntura e sindicalismo ampliam debates do

9º Congresso da CNTI

Conjuntura Atual: Impactos no Sindicalismo foi o tema da primeira palestra-debates na plenária do 9º Congresso Nacional dos Trabalhadores na Indústria do Plano da CNTI, nesta segunda-feira, 24 de outubro. O economista e coordenador técnico do Dieese e professor na Escola de Ciências do Trabalho, Airton Santos, e o economista e Professor Dr. da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ladislau Dowbor, foram unânimes em apontar o sistema financeiro como o grande vilão da crise no país.


Para Airton Santos, o capital financeiro está dominando e explorando o Tesouro Nacional. “A recessão está aí, com aumento de desemprego, empresas endividadas, não há crise do setor externo, mas não vemos crise bancária. Só da dívida pública”, destacou. Segundo ele, o momento é de muita inquietação e se reflete na base da pirâmide social. “A conta do ajuste da economia está sendo cobrada do trabalhador”.


O economista acrescentou que o consumo das famílias caiu a níveis muito baixos; as empresas reduziram a produção, por não terem a quem vender seus produtos; e o governo não gasta com investimentos e políticas sociais, mas paga direitinho os juros aos bancos. “Cabe ao governo investir para tirar o país de onde está, mas aí vem com a PEC 241 e diz: não vamos gastar mais. Como a economia vai reagir se ninguém gasta?”


Segundo Santos, junto com a crise vêm propostas negativas como o cerceamento das manifestações públicas; a prevalência do negociado sobre o legislado; mas ninguém mexe com as taxas de juros, não se altera a estrutura tributária, não vai limitar os gastos com a dívida pública. “A democracia não se sustenta desse jeito. E o movimento sindical não deve achar que isso não é com ele. Estamos no limiar da nossa história onde tudo que construímos pode acabar de uma hora para outra”.


“O sistema financeiro quebrou o país e a PEC 241 colocou a corda no pescoço dos brasileiros”. A avaliação é do professor Ladislau Dowbor, ao tratar da grave crise econômica que vive o Brasil, com reflexos desastrosos para toda a sociedade. “O endividamento das famílias, das empresas e do Estado vem se agravando nos últimos 20 anos e não pode ter economia que sobreviva desta maneira”, ressalta.


Segundo Dowbor, a crise tem quatro componentes, ou motores, econômicos: o primeiro o fator externo, que não é o mais importante, com queda na exportação; o segundo, o consumo das famílias, que era de 20% da renda em março de 2005 e chegou a 46% em 2015, o que significa que as famílias hoje têm quase metade da renda comprometida com dívidas e pagamento de juros.


O terceiro motor da economia trata-se da atividades empresarial, vítima do mesmo processo, segundo o professor. “Se cai a demanda, não produz, vem o desemprego e o investimento cai brutalmente, esfriando a economia de maneira radical”. O Estado, quarto motor, está travado em consequência da dívida pública, “o que paralisa a capacidade de investimentos e políticas sociais”. Entre as medidas a serem adotadas estão tributar o capital improdutivo, retomar a capacidade de investimento e a regulação financeira.


Estrutura sindical e custeio - O desembargador aposentado do TRT da 3º Região-Minas Gerais e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Antônio Álvares da Silva, e o advogado e consultor sindical, Nicanor Sena Passos, abordaram sobre Estrutura e Custeio sindical: Desafio ético às instituições e às ações políticas.


Direito individual e coletivo, negociação, greve, dissídio coletivo, cogestão, direito público e direito penal do trabalho, negociado sobre o legislado e o futuro do sindicalismo foram pontos abordados pelo desembargador para que é preciso acabar com a desilusão do trabalhador em relação à justiça. “O mundo gira rápido e precisamos de respostas rápidas. Não pode ficar silencioso porque só ganha o que lhe é concedido pela luta”.


Ao falar sobre o tema, Nicanor Passos deu ênfase às questões do custeio e da representatividade das entidades sindicais. “O movimento sindical precisa mudar a forma de se comunicar, de convocar a categoria. Será que não chegou o momento de discutirmos sindicalismo na era pós- moderna do snapchat, dos aplicativos? Falta enxergar o óbvio e não conseguimos ver porque fomos preparados pela cultura da era industrial”, provou o advogado.



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